No mundo do conhecimento, em especial no corporativo, vivemos uma “sopa de letrinhas” ou sendo um pouco mais literário, uma “sopa de acrônimos”. Mas o que é um acrônimo?
Um acrónimo ou acrônimo, também conhecido como sigla, é um vocábulo ou redução literal de intitulativos baseados nas letras ou sílabas iniciais de cada um ou de alguns dos componentes do intitulativo. (Fonte Wikipédia).
Esses acrônimos são tão usados no nível empresarial que se você não os domina, pode ser visto como um desinformado ou “ET” fora de contexto. Em empresas americanas então nem se fala, tem momentos que participei de reuniões onde tinha a impressão de que estava nos EUA e não no Brasil, mas isso é discussão para outro artigo, o meu FOCO aqui tem a ver com o mundo que você, eu, todos nós vivemos. Será que ela é VUCA, BANI, TESARAC ou todos eles?
Para começar, temos que deixar claro que nenhuma dessas expressões são novas. Só para termos uma ideia a expressão “mundo VUCA” surgiu no final da Guerra Fria, em 1990, para expressar o cenário que estavam vivendo. Na época, as forças armadas dos EUA esperavam que o desfecho da guerra fosse favorável a elas, mas perceberam que estavam diante de um cenário imprevisível e hostil. Já existem muitos materiais sobre o mundo VUCA e BANI, que eu muito pretensiosamente, rebatizei para a nossa querida língua portuguesa como FANI, ou seja:
F = F R Á G I L
A = A N S I O S O
N = N Ã O L I N E A R
I = I N C O M P R E E N S Í V E L
Sobres os “mundos” VUCA e FANI, praticamente não irei falar, pois acredito que há na internet um farto material para ser lido e pesquisado, já TESARAC há, porém em menor quantidade. Ainda sobre os mundos VUCA e FANI, recomendo a leitura do artigo do meu, agora amigo, que diga-se de passagem fiz através do Linkedin, Alberto Roitman, onde brilhantemente ele afirma e eu concordo, que o mundo VUCA (apesar de muita gente ainda não conhecer) já morreu e que o atual é o mundo FANI (https://www.linkedin.com/pulse/acabou-o-mundo-vuca-conhe%C3%A7a-bani-alberto-roitman/).
Bem, mas a que se refere o termo TESARAC? Como sempre, amo referenciar obras aos assuntos que discorro e segue a indicação de mais uma que explica muito bem o que é essa palavra: No livro, que tem como tema central a Inteligência Competitiva, os autores Alfredo Passos e Teresa Dolores Mota Ferreira descrevem TESARAC da seguinte maneira:
“A palavra ‘TESARAC’ é um neologismo criado pelo escritor americano Sheldon Allan ‘Shel’ Silverstein (1930-1999) para expressar uma profunda sensação de vácuo causada pela morte da sua mulher e filha. Estas tragédias deixaram o seu mundo num cenário caótico e sem sentido. Para este homem nada mais seria como antes! A palavra foi perdendo a sua origem etimológica trágica mas manteve o sentido de transformação brusca. Durante um TESARAC, sabemos que o mundo antigo já passou, desconstrói-se o presente e ainda não é possível prever o futuro. Trata-se, pois de um estado de embriaguez que concilia, ao mesmo tempo, o que existe e o que ainda não existe, numa trama em evolução. A palavra TESARAC representa uma espécie de “parto histórico”, um momento que ocorrerá, no qual todos os paradigmas são questionados para permitir o nascimento de novos paradigmas sociais, culturais e econômicos. Esta nova ordem emergente traz também novas oportunidades.”
“A palavra ‘TESARAC’ é um neologismo criado pelo escritor americano Sheldon Allan ‘Shel’ Silverstein (1930-1999) para expressar uma profunda sensação de vácuo causada pela morte da sua mulher e filha. Estas tragédias deixaram o seu mundo num cenário caótico e sem sentido. Para este homem nada mais seria como antes! A palavra foi perdendo a sua origem etimológica trágica mas manteve o sentido de transformação brusca. Durante um TESARAC, sabemos que o mundo antigo já passou, desconstrói-se o presente e ainda não é possível prever o futuro. Trata-se, pois de um estado de embriaguez que concilia, ao mesmo tempo, o que existe e o que ainda não existe, numa trama em evolução. A palavra TESARAC representa uma espécie de “parto histórico”, um momento que ocorrerá, no qual todos os paradigmas são questionados para permitir o nascimento de novos paradigmas sociais, culturais e econômicos. Esta nova ordem emergente traz também novas oportunidades.”
— Sheldon Allan ‘Shel’ Silverstein
Foto: Jerry Yulsman
Penso que o momento atual que vivemos com a pandemia define de maneira exata um exemplo de “TESARAC”, mas podemos citar vários outros:
- Criação do Iphone (aqui não como exemplo de marca, mas sim de conceito, pois todos os modelos de celulares que conhecemos hoje, seguiram esse modelo);
- As revoluções industriais;
- Internet (está dentro de uma das revoluções, mas quis citar separado pela sua importância);
- As guerras mundiais;
- A guerra fria;
- O homem na lua, etc…..
Um grande “TESARAC” que está por vir, dentro do século XXI, é a ascensão da China como principal potência mundial. Se você não acredita nisso, é só ler a obra O Poder da China, do Ricardo Geromel (https://www.linkedin.com/in/ricogeromel/ ), ali ficam claríssimos os motivos desta minha afirmação.
A essa altura você pode ou deve estar se perguntando, onde o Ronald deseja chegar com esse tema? Eu lhe digo que diante de tantas transformações que o mundo passou na história, mas em especial nos últimos 70 anos (lembrando você que a primeira transmissão da TV brasileira ocorreu em 18 de setembro em 1950 com a TV Tupi), nós não temos escapatória a não ser nos adaptarmos rapidamente a todas as essas transformações e muito, mas muito mais que isso……. nos mantermos ligados e APRENDENDO SEMPRE, dentro do conceito de “lifelong learning” ou algo como educação continuada em uma tradução livre. Foi embora a época em que uma graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado definiam uma pessoa. Elas dão um título, mas não garantem mais um passaporte eterno para o conhecimento e muito menos de atualização, pois de acordo com o Instituto Gartner, até 2020 é possível que tenhamos chegado a um total de 40 trilhões de gigabytes de dados no mundo. Isso significa 2,2 milhões de terabytes de novos dados gerados todos os dias.
Parece clichê, mas Charles Darwin (1809-1882) que foi um naturalista inglês, o pai da “Teoria da Evolução das Espécies” já dizia: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
Então……já que temos todos os elementos para refletir, só nos resta estarmos atentos, adaptados e seguirmos em nossa jornada de evolução constante e eterna até que façamos a nossa passagem para o próximo plano, porém se você ainda quiser se aprofundar um pouco mais no assunto, principalmente ligado a aspectos de LIDERANÇA, veja essa LIVE que eu e o Paulo Amorim (https://www.linkedin.com/in/paulo-amorim/ ), CEO do Cenex – Centro de Excelência Empresarial (https://www.linkedin.com/company/cenexbrasil/ ) fizemos recentemente.
O CÉU NÃO É O LIMITE!